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COMISA: Insônia e Apneia do Sono. O que vem primeiro?

  • Foto do escritor: Dr. Paulo Marsiglio
    Dr. Paulo Marsiglio
  • 15 de mai.
  • 2 min de leitura
Homem de meia-idade deitado na cama com expressão de cansaço e dor de cabeça, sugerindo má qualidade do sono ou distúrbio como apneia do sono.

A relação entre a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e Insônia é complexa e pode ser bidirecional, ou seja, uma condição pode influenciar o surgimento ou agravamento da outra.


A COMISA ("Insônia e Apneia do Sono Comórbidas") significa uma condição clínica em que um indivíduo apresenta simultaneamente insônia crônica e apneia obstrutiva do sono. Essa combinação é mais comum do que se imaginava e está associada a piores desfechos de saúde em comparação com cada condição isolada, incluindo maior risco de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, comprometimento cognitivo e depressão.


Estudos indicam que 30 a 50% dos pacientes com AOS também tenham insônia clinicamente significativa e, da mesma forma, 30 a 40% dos pacientes com insônia crônica apresentam distúrbios respiratórios do sono não diagnosticados.


A apneia causa interrupções frequentes na respiração e fragmenta o sono com despertares breves ou prolongados. Isso pode resultar em sintomas de insônia, como dificuldade para manter o sono ou acordar precocemente de madrugada. Uma pessoa com AOS não tratada pode desenvolver ansiedade relacionada ao sono, o que piora a insônia.


Já a insônia crônica pode levar a alterações neurofisiológicas, como hiperativação do sistema nervoso central, que potencialmente piora a instabilidade das vias aéreas superiores, favorecendo a AOS.


Ambas as condições compartilham fatores de risco e comorbidades, como:


Obesidade: fator de risco central para AOS, mas também associada à insônia por desregulação hormonal e desconforto físico.

Ansiedade e depressão: podem causar insônia e, ao mesmo tempo, piorar a percepção dos sintomas da apneia.

Envelhecimento: aumenta a predisposição tanto para apneia (perda de tônus muscular nas vias aéreas) quanto para insônia.


E em muitos casos, as duas condições se retroalimentam: a fragmentação do sono causada pela apneia pode mimetizar ou piorar a insônia, e a insônia pode aumentar a percepção de sintomas da apneia.


A polissonografia é essencial para confirmar a apneia, enquanto a avaliação da insônia requer análise comportamental e clínica.Os casos combinados requerem abordagem multidisciplinar com médicos do sono, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.


A abordagem terapêutica requer ações combinadas:


Apneia do Sono: uso de CPAP, cirurgia ou dispositivos intraorais podem melhorar a qualidade do sono e reduzir a insônia secundária.

Insônia: Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I), tratamento padrão-ouro para a insônia e também melhora a adesão ao CPAP.

Intervenções complementares: higiene do sono, controle de peso (a obesidade é um fator de risco comum), tratamento de outras comorbidades (ex.: doenças crônicas como DPOC, Insuficiência Cardíaca, Transtornos Psíquicos, etc.).


Em resumo, não há uma regra universal sobre qual condição surge primeiro. A apneia pode desencadear insônia, a insônia pode exacerbar a apneia, ou ambas podem coexistir devido a fatores compartilhados. Um diagnóstico preciso é fundamental para direcionar o tratamento adequado.



 
 
 

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